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domingo, 28 de fevereiro de 2010

No caminho eu explico



Uma possibilidade.

Tenho uma mania que muito me irrita, mas que agora posso falar dela de forma a ser melhor compreendido (vide postagem anterior), é a mania que denominei “semiótica aplicada”.

Os estudiosos da semiótica que me perdoem, faço o (mau) uso da terminologia apenas para dar nome ao que sinto e penso.

Qualquer situação vivida (para mim) tem que ter uma explicação lógica. Sempre tentando explicar racionalmente a mais corriqueira das situações.

Eu aplico isso em tudo e em todos. Qualquer pessoa que apareça na minha vida, por menor tempo que permaneça, tento encontrar o porquê. Razões que me fizeram falar com ela, ou de simplesmente ter aparecido na vida dessa pessoa, ou ela na minha.

Analisando friamente a questão, percebo que isto está fazendo com que eu perca o melhor da festa: o agora! Essa minha mania de pensar porque as coisas acontecem, porque as pessoas aparecem, porque somem, me consome (perdão pela rima).

Em que pese eu na maioria das vezes já saber o desenrolar da história, devo parar de parar para pensar e continuar andando, vivendo sem buscar explicações e razões e o “quê dos quais e poréns dos afins”. É hora de andar, sem parar e perguntar o porquê.

Quero enxergar a coisas sem me preocupar com qual razão elas chegaram até mim. E diante de quem quiser saber por que eu me faço presente em sua vida, quero dizer somente...

Vem que no caminho te explico.

Sem (aparente) saída



Existem pessoas, poucas pessoas, que são observadoras o bastante para perceberem determinadas situações; situações essas que são além do olhar comum, do ouvir geral.

Uma dessas situações, digna até de uma “filosofia de boteco” versa sobre uma espécie de “eterno retorno” (Para quem não sabe, o “eterno retorno” se traduz em uma perspectiva de vida a qual o momento em que vivemos hoje, de alguma forma, por nós já foi vivido. É uma vida vivida num círculo vicioso. Mesmos amigos e fatos... É preciso mais do que mente e percepção comum para saber do que estou e quero falar; é preciso sentir ou ter sentido) que deixou de ser teoria para mim.

A coisa toda lembra muito um ciclo o qual (aparentemente) não temos escolhas a fazer. Vivemos dentro um número super reduzido de pessoas e fatos. É uma perspectiva não nova e que agora me perturba muito.

Sempre senti que fazia parte de uma vida cíclica. Por mais que eu mude as vias, pegue atalhos e caminhos diferentes. Por mais que escreva com a outra mão, o trajeto e a escrita serão sempre as mesmos, por fim.

Não me lembro da última vez que me peguei surpreso com alguém, seja positiva ou negativamente. Quem surpreende hoje já não me surpreende quanto me surpreendeu no começo, é só aquela euforia de começo e mais nada.

Sempre que conheço alguém ocorre isso. É como se eu já tivesse conhecimento de que aquela pessoa não vai ficar no meu ciclo de amigos por muito tempo. É como se eu soubesse que aquilo é passageiro; quando vêm as primeiras decepções, minha reação é sempre a mesma, a final, “eu já sabia”.

Mas até quando eu vou ficar com as mesmas pessoas, abraçando os mesmos amigos e beijando as mesmas bocas? Eu não sei. Mas se ver preso diante dessa situação é no mínimo desconfortável.

Você já acordou com o pensamento fixo de que “hoje eu vou fazer as coisas serem diferentes”? De vez em quando tenho esses lampejos, mas no final da tarde, percebo que contrário a minha vontade, fiz tudo como exatamente faço. Xinguei as mesmas pessoas, abracei as mesmas pessoas... Raiva? Das mesmas situações, sempre.

Até que chega um dia que você está com uma puta raiva do mundo por saber exatamente como serão as piadinhas dos melhores amigos, como vai se vestir, o que comer. Essa raiva se traduz exatamente como um grito silencioso de quem simplesmente não agüenta mais tudo isso, todas as situações aparentemente vividas em outrora e suas conseqüências já sabidas.

E é assim que estou me sentindo; gritando por dentro por ultimamente não ser surpreendido por ninguém, pelas paixões efêmeras e os ódios permanentes.

Minhas possibilidades?

Ecce Uomo



Prometo que não vou colocar frases de efeito de algum filósofo aqui, portanto, não vejo como tarefa fácil dizer “quem sou eu”, como muitas pessoas acham. Deixem as frases de efeito para a galerinha da micareta, lá do Orkut; aquelas que escrevem com um centena de cores e “aDoRauM IxcrevÊêeh axim”. Deixar alguém que viveu séculos antes de mim, dizer quem sou eu? Vá de retro!

Descobri o prazer por escrever a pouquíssimo tempo (obrigado, Sophia), de fato tem certo poder terapêutico, ao menos para mim; escrevendo aqui, sinto que estou falando para amigos; mas fora a Sophia, ninguém ainda leu esse blog; acho que vou publicar, Sophia.

Embora escrever tem sido ótimo, não tenho a intenção de escrever com brilhantismo, não faço e não farei nada além do que sei. Já estou feliz em saber acentuar a crase (embora ela tenha caído na ridícula reforma ortográfica) e ser um fã incondicional dos parêntesis e do ponto e vírgula - como já se deve ter sido possível perceber há tempos - não escrevo pensando que alguém vá copiar uma frase minha e colocar no Status do msn, como se brilhante o suficiente, fosse.

Para mim, escrever tem sido tão bom quanto ler. Gosto de livros, mas não tenho um gênero definido, aliás, não sigo gênero de nada. Procuro me identificar com cada estória (ou história) que leio. Esse ano li cinco livros e gostei muito de todos. Cada um com uma mensagem, cada escritor com sua personalidade e passando sua mensagem de forma leve. Não vou falar quais são, pois o foco do post deve permanecer em “quem sou eu”.

No âmbito da música, posso dizer que tenho um gosto abrangente, mas não eclético. Não sei por que, mas sempre vi essa palavra como pejorativa, eclético... Soa como alguém que gosta de tudo, mas que não gosta de nada, sabe? Aquele que não lê uma letra de música e fica boquiaberto com a genialidade do autor, ou aquele que ouve Bach como se estivesse ouvindo Ivete Sangalo (como eu odeio!), e ainda tem a pachorra de dizer que “é legalzinho!” enfim.

Sou aquele que ouve de Elis Regina a Amy Whinehouse (passando bem de longe por Lady Gaga e afins), sou aquele que ouve de Chico Buarque a Green Day (passando de longe por Fresno, NX 0 e afins). Concordo com Nietzsche (putz, vou citar uma frase de efeito ¬¬) “a vida sem música seria um erro”.

Sou movido à música, cada situação, uma banda. A fórmula é simples. Triste? Los Hermanos, Beirut, Radiohead e Chico Buarque (não necessariamente nessa mesma ordem).
Aliás abra-se aspas para o Chico Buarque, esse aí eu ouço em qualquer estado de espírito, em qualquer situação, em qualquer lugar. Churrasco ao som de Chico Buarque? To dentro.

Feliz? Não me importo muito, até porque o leque é muito maior, posso ir de Metallica a Capital Inicial (O acústico deles é ótimo, fala a verdade!) e depois colocar um Coldplay (o show é semana que vem \o/), u2...

Eu não sei se já repararam ao longo do blog que sou, também, muito passional, principalmente quando estou a defender uma idéia, sou quase convicto em alguns pontos, embora paradoxalmente acredite que a convicção é uma ignorância. Mas simplesmente acredito que alguns assuntos são óbvios demais para mim.

Nunca cheguei muito a pensar se minhas convicções são algo que venha a me prejudicar, não me importo muito com isso.

Encaro todas as mudanças como algo ruim, sou pragmático e não sou de fácil adaptação a uma nova condição, ou forma de entender a vida. Prefiro a convicção ignorante em alguns aspectos. Não me interessa acertar sempre.

Por falar em adaptação, eu sou realmente péssimo nisso. Conheço pessoas que conseguem rapidamente se adaptar a situações, as admiro por isso. Pois eu, por exemplo, estou a dois anos fazendo faculdade e ainda não me adaptei a determinadas figuras presentes por lá; são as pessoas “The american pie way of life”, a cada dia me incomodo mais, e convivo menos; o que antes chegava a um “falsamente” simpático “boa noite”, hoje não passa daqueles cumprimentos o qual se balança apenas a cabeça para o outro, nem palavras saem mais.

Sinto-me até meio velho, estranho. Nunca me senti tão incomodado com a “maioria” como nos dias atuais. É todo mundo, todo carnaval, verdadeiramente empolgados com as micaretas, aquela correria atrás de um abadá (até o nome me irrita), a preocupação em conseguir um vôo para Porto Seguro para que não possam perder o “melhor” do carnaval.

E balada? Não, obrigado. Prefiro o conforto de um bar Madalenense a ir para a Pacha ver aqueles caras com suas regatas brancas e calça jeans, exibindo sua massa muscular (o que tem de músculos falta de cérebro) para quem deseja ver, e por incrível que pareça, têm pessoas realmente interessadas a ver. Conversar? Só se for sobre a série nova de exercícios da academia e as viagens em que cada um beijou 1512472 mulheres na micareta. Mais do mesmo, sempre.

Rotulei? Aham, assim fica mais fácil separar um dos outros. Numa sociedade onde ninguém faz questão de ser diferente, nada mais lógico. Antes fosse eu uma pessoa que soubesse ignorar, antes fosse.

Sou quem talvez não saiba o que quer, isso não é nada extraordinário. O segredo é saber o que não se quer, e isso eu sei.

Eis o homem.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

É particular.



Jamais ousei escrever com raiva, com mau humor já o fiz algumas vezes; todavia sempre contido.

Dessa vez quero me deixar levar, deixar o pensamento fluir, sem medo do que possa parecer com as minhas palavras, a final, to anônimo, porra!

Hoje o dia começou muito esquisito para mim, e pior que isso só o fato desse “esquisito” estar sendo ótimo.

Acordei com mega mau humor, só que não é um mau humor qualquer, ele está acompanhado com algo a mais, algo gostoso de sentir, nunca experimentei essa sensação. É um algo que trás até um pouco de euforia, de tão prazeroso que é, tentarei (não garanto, com sucesso) fragmentar, na medida do possível.

Sabe aqueles dias que você tem que ficar na cama de qualquer jeito? Pois bem, hoje assim foi. A começar pelo trânsito e pela visível noção de que há a cada dia mais imbecís nas ruas, cometendo erros incríveis com seus carros (financiados em 3541541220425 suaves prestações, em alguns casos), achando que são donos da rua.

Situação até aí normal para ficar mal humorado, mas eu senti um desprezo tão grande pelas pessoas que cometem essas atrocidades nas ruas que confesso que mais dei risada do que gritei com (como se adiantasse) diversos murros no volante como comumente faço, porém sem deixar de sentir a raiva absurda de sempre; estranho? Também acho.

Fui para a faculdade, mas não agüentei ficar até o final da aula, sempre foi muito triste e desprezível, observar que existem pessoas que acreditam que a universidade é como nos filmes “American Pie Style”. Hoje então foi bizarro demais para meu estômago; agradeço por não ser a maioria, mas a minoria hoje estava exponencialmente ampliada, aos meus olhos.

Para piorar (ou melhorar, não sei ao certo) estou lendo um livro chamado “Caim” de José Saramago; cheguei a pensar em todos os livros que cheguei a ler, no que concerne à ficção, e não encontrei livro que me pudesse cair melhor do que esse para meu atual estado de espírito minha “coisa boa” multiplicou-se por vezes que não saberia expor com exatidão aqui, aliás, confesso que estou lendo e relendo o que escrevi aqui, e nada está sendo descrito com exatidão, pois.

Está me dando uma vontade enorme de apagar, mas quero postar isso para “amanhã” poder dar risada da minha imbecilidade em tentar traduzir um sentimento que não tem nome, talvez.

Numa tentativa de resumir essa porcaria de coisa que não sei o que é, digo que o que sinto hoje é um amor fati além do normal, por diversos momentos do dia agradeci por agir da forma que sempre ajo e, principalmente por não agir como a maioria age.

Todo o desprezo, toda a raiva, todas as risadas... Foram eles pura e simplesmente, uma forma de agradecimento a tudo que um dia contribuíram para minha formação, no que concerne à personalidade que hoje tenho; sejam os livros, as músicas, os (poucos) amigos, tudo.

Estou terminando o post por pura preguiça, e para falar a verdade, com a certeza que logo irei apagar esse monte de porcaria cá descrita.

E se ainda não percebeu, não escrevi e nunca escrevo para você, esse blog foi feito para todos, mas principalmente para ninguém.

Na próxima postagem, dedicarei meu tempo para (tentar) falar um pouco de mim (nunca o tentei) evidentemente com as ressalvas que um escriba anônimo deve sempre ter.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

O (eterno) baile de máscaras.



Pois bem, é madrugada e não consegui dormir, e como eu tenho um gosto muito peculiar por questões sem respostas, decidi postar a seguinte questão: Qual a problemática em ser você mesmo?

Ao passar pelos portões de sua casa, automaticamente lhe cai uma máscara no rosto, socialmente padronizada; essa mesma máscara seu vizinho veste, seu funcionário, sua empregada...

O autêntico perdeu espaço, não lhe convém ouvir uma pessoa que lhe diz a verdade o tempo inteiro não é? A pessoa autêntica hoje é conhecida como “estranha”, “diferente”. O engraçado é que quando você ouve de alguém esse “adjetivo”, por exemplo, a entonação sempre soa como pejorativa.

Experimente ser você. Esqueça propositalmente a máscara em casa, saia de casa “nu” e veja o que acontece. Não estamos preparados para isso; o individuo até pode estar, mas ele inserido nessa sociedade, não.

É sofrível você ter uma centena de problemas e ter de sorrir para o primeiro que lhe perguntar como vão as coisas. Compreenda, porém, que eu não estou dizendo para fazer esse primeiro infeliz que encontrou no elevador, de divã; estou apenas sugerindo autenticidade, sinceridade. Se não está tudo bem por que dizer que está?

Se ele não saberá se portar diante de um “Não está nada bem, meu filho passou a usar drogas”, o problema é dele, não perguntasse nada, pois.

(aqui cabe um parêntesis; que porcaria são aquelas pessoas que entram no elevador olhando diretamente para o chão e lhe dão bom dia como se aquilo fosse uma obrigação?! “Diga bom dia, senão morre!” Mal sai a palavra, geralmente ela soa algo parecido com “bongia” só que bem baixinho de forma a parecer um verdadeiro “bom dia!” e geralmente após o “bongia” eles fixam um ponto no teto do elevador e de lá só tiram os olhos para sair. Toscos!)

Exemplo – 1:
“Eu sou muito bom naquilo que faço, não conheço ninguém melhor” Arrogância? Mas o que é a arrogância? Shopenhauer indaga "O que é a modéstia senão uma humildade hipócrita, através da qual um homem pede perdão por ter as qualidades e os méritos que os outros não têm?"

O erro está na modéstia ou na sinceridade socialmente conhecida como arrogância? Fale a verdade, você passa uma vida inteira estudando, torna-se o melhor profissional da área para depois de tudo se desculpar por ser bom? Suas qualidades são o melhor em você, então as assuma, trata-se de reconhecimento e justiça consigo.

Exemplo – 2:
“Bom dia! Tudo bem? Como vai a família?” Educação? Quem disse que isso é ser educado e qual o seu interesse por trás de criar uma sociedade tão mecânica?

Troco todos os “bom dia” e as "preocupações" sobre minha saúde a cada tosse que dou, por menos lixo no chão e menos fechadas no trânsito. Esses atos de educação e bom senso, que são verdadeiramente importantes e úteis, não se vêem por aí. Que utilidade tem perguntar como vão as coisas, se podemos demonstrar educação de forma muito mais útil?

Trocar tais hábitos é fazer a revolução interna, é evoluir, deixar de ser o gado. Há um preço a ser pago, seja rico de personalidade e pague.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Quem é deus pra você?



Que a idéia de deus é algo subjetivo, ninguém racionalmente pode negar, ao menos para quem não aceita a idéia de que tenha um velho barbudo e bravo cuidando da vida de mais de 6 bilhões de pessoas ao mesmo tempo; se você acredita nisso, então termine sua leitura aqui.



Sou ateu porque nesse símbolo de divindade não dá para crer, nenhum argumento que tente provar sua existência é coerente o bastante para acreditar.

“Ah, mas a sua razão é diferente daquela de deus, ele sabe o que faz!” Sabe mesmo? Eu na posição de deus criaria seres com capacidade de entender os meus atos, assim eu seria menos questionado, no mínimo.

A começar pela maior das besteiras, o dito pecado original. Essa certamente é a maior das besteiras, aquela que sem dúvidas devemos prestar reverências. Qual o problema em revelar a Adão e Eva todo o conhecimento acerca do bem e do mal; se você quer seus filhos bem criados, há de se passar todo o conhecimento sobre bem e mal, pois não?

Sendo onisciente, por que colocar a tentação diante de alguém que você (por ser onisciente) sabe que não vai resistir?

Sadismo, burrice, ou pura diversão?

Você arriscaria andar com uma quantia razoável de dinheiro à mostra na 25 março sabendo que alguém irá roubá-lo?

Por que não prevenir?

É mais divertido castigar?

O resultado do castigo me remete a mais uma piada: O LIVRE ARBÍTRIO!

Imagine você que amanhã apareça um fiscal da prefeitura na sua casa com uma proposta totalmente nova: O livre arbítrio fiscal.

Funciona da forma mais simples do mundo, pois você só irá pagar seus impostos se quiser; não é perfeito?

PORÉM, se você não pagar... Irá perder a sua casa, sua família não terá para onde ir, porque a prefeitura é boa, mas também é justa, e só terá a casa aquele que pagar o IPTU.

Pronto, para quem sempre teve dúvidas de como funciona o livre arbítrio, forma mais simples de explicar são poucas; ou seja, deus lhe concede o direito de escolher os seus atos, só que se você não fizer o que ele quer que faça, irá queimar por bilhões de anos no fogo, no enxofre, convivendo com os seres humanos da pior espécie, sofrendo os piores castigos, sentindo as maiores dores, e sabe por quê? PORQUE DEUS TE AMA INCONDICIONALMENTE!

Isso soa como liberdade? Deus lhe parece justo? Faz sentido?

É evidente o erro estúpido da religião em criar mais de uma regra fundamental. Eu poderia cometer um assalto para evitar uma morte, por exemplo. Eu poderia omitir sobre um adultério para permanecer vivo, ou para manter outra pessoa viva; isso é choque de regras, isso é humano demais.

Os que crêem que me perdoem, mas me recuso a chamar de deus alguém menos pensante (leia-se mais burro) do que eu.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Maldita liberdade de expressão!




Calma. Eu explico.

Você com noções básicas do que é música de bom gosto, certamente vai me entender.

Ao longo do tempo, ainda que não tenhamos (infelizmente, no meu caso) vivido as décadas passadas, é sabido que os compositores escreviam não por acreditar que aquela música era comercial, e sim por um ideal (político, na maioria das vezes).
E daí aparece Chico Buarque compondo, Geraldo Vandré com “Pra não dizer que não falei das flores”, e tantos outros que pelo conteúdo de suas composições foram “convidados” a se retirarem do país.

Ideais políticos à parte, mister é notar a qualidade das composições, das metáforas, das colocações exatas que permitem uma interpretação mais detalhada do verdadeiro conteúdo da música; tudo isso nos faz pensar em como os Artistas (com um justo “a” maiúsculo), da época eram indubitavelmente mais voltados ao mais nobre dos sentidos da música: a informação.

Eis um exemplo claro do que estou falando, insira esse trecho no seguinte contexto: vivemos numa ditadura, onde evidentemente você não pode falar o que quer. Seus governantes acham que agora sim as coisas estão boas, as músicas já não podem incomodá-los mais, só um imbecíl não percebe que agora sim a multidão pode “sambar contente”.

Feito isso leia o pequeno trecho da música “Corrente”, do Chico Buarque:

[...]Tem mas é que ser bem cara de tacho
Não ver a multidão sambar contente

Isso me deixa triste e cabisbaixo
Por isso eu fiz um samba bem pra frente

Dizendo realmente o que é que eu acho
Eu acho que o meu samba é uma corrente

E coerentemente assino embaixo
Hoje é preciso refletir um pouco[...]


Fez sentido pra você? E agora?


[...]Hoje é preciso refletir um pouco
E coerentemente assino embaixo

Eu acho que meu samba é uma corrente
Dizendo realmente o que é que eu acho

Por isso eu fiz um samba bem pra frente

Isso me deixa triste e cabisbaixo
Não ver a multidão sambar contente
Tem mas é que ser bem cara de tacho[...]

Note-se que o que supostamente era uma concordância com a atual situação, passa a ser crítica; o cara de tacho já não é mais você e sim os ditadores.

Passam-se os anos, já estamos vivendo a gloriosa liberdade de expressão e são poucos aqueles que se preocupam em escrever algo realmente bem pensado, algo que não rime amor com flor (e dor). Não se vê compositores hoje que sejam verdadeiramente focados em, através da música, levar conhecimento e informar. O que você aprende ouvindo essa barulheira de hoje (não vale falar que aprendeu o que quer dizer “bundalelê”)?

É óbvio que o título do post foi algo irônico, mas interessante de se pensar. Ora, nós temos liberdade para falar! Por que esse silêncio? Tão fazendo pouca merda em Brasília?

Depressivo - Parte 2



E por que essa tendência a “autodestruição”? Por que ouvir Radiohead, quando o natural seria colocar System of a Down no último volume pela casa?

Esse tal e qual apego por esse estado é deveras estranho. É de se pensar, pois, que sentimos prazer em ficar nesse estado! Ainda que choremos, que sentimos aquela angústia que aperta nosso peito... Gostamos disso, procuramos por isso. Confesso até achar essa questão vencida (de tão óbvio que me parece o ora exposto), o que me faz ainda escrever é o porquê gostar disso.

Qual a chance de você ficar bem se o que faz é piorar as coisas? Por que não adiar uma conversa que pode ser indigesta, por que se sentir o sofredor dos sofredores? E GOSTAR DISSO!?!?!?!

Até agora fiz questões, as quais, confesso, não ter a mínima noção de como responder. Acordar se sentindo péssimo, no decorrer do dia só ouvir músicas de fossa, ficar pensando em como a vida é injusta (um insulto a vida, obviamente! Uma coisa só não pode te fazer “descartar” a vida inteirinha, considerando-a, pois, injusta), e ainda gostar disso, me parece inaceitável, no mínimo.

Adoro buscar explicações, imagino situações que, se a pessoa não for “criação minha” ou o contrário, certamente sinto que estou falando besteiras demais; haja vista o leque (que de tão grande chega ser absurdo) de possibilidades. Não fazer idéia como lidar com tal assunto incomoda, fico minutos pensando em colocar uma única palavra para acrescentar, e (damn it), não vem nada, o texto não evolui!

Pois bem, quando uma redação qualquer é feita, e dentro dela possuem questões não respondidas, abre-se automaticamente, margem para o leitor responde-las da forma que bem entender; é possível detectar quando o escriba não responde de propósito, quando provoca, mas às vezes falta domínio do assunto e as questões ficam sem resposta por isso.

Entenda esse texto como uma provocação do escriba, que não domina o assunto.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Depressivo - Parte 1


Depressivo. Qual é a dificuldade de escrever nesse estado sem parecer dramático demais? Geralmente, quem está nesse estado não deseja parecer dramático, frágil, aberto, ou desarmado, se preferir.

A questão fundamental é: como se “abrir” para alguém nessa situação e permanecer àquela pessoa racional, forte, que todo mundo adora dizer ser, mas que nem todo mundo é, de fato?

A dificuldade de responder essa questão é o que faz as pessoas "guardarem" tudo, e consequentemente implodirem. Acredite; cedo ou tarde isso vai acontecer com você.

Em particular, não gosto de dividir esses meus momentos de fraqueza (porque é dessa forma que os enxergo, fraqueza); temo muito onde o fluxo de pensamento possa me levar. Encaro os momentos de depressão como momentos em que deixamos nos levar por problemas que sempre tivemos e soubemos levar. O problema aí é descobrir o que nos faz baixar a guarda e, implodir e exteriorizar tudo.

Ocorre que nesse final de semana fui infeliz em demasia ao querer exteriorizar tudo o que se passa aqui dentro - e é da minha cabeça que estou falando! O coração é um órgão do corpo humano cuja função seja única e exclusivamente distribuir sangue, portanto, não sei se é possível agir ou pensar com ele - o resultado foi um desastre, além de ter a infeliz constatação que curiosidade passa longe de ser algo bom.

Apesar da indigesta conversa, agradeço a você, Sophia*. Mesmo com a certeza de que se tudo fosse como planejado, eu estaria me sentindo muito melhor; trocaria o blog pelos "planos".

Poupando seu (preciosíssimo) tempo!


Antes de qualquer coisa, esse blog não é para você – Que tem como as maiores questões da vida escolher qual o corte que vai fazer no seu abadá, que agora que pegou o presidente da atlética da faculdade vai finalmente alcançar a glória de ser popular, que perde horas do seu sagrado tempo fazendo maravilhosos testes na Capricho para saber se você beija bem; ou você nobre rapaz que olha curiosamente no armário, procurando por aquela maravilhosa regata amarela para lamber todo mundo na micareta, que enquanto existem questões interessantes a serem discutidas, você está ocupado com a escalação do seu time - Desculpe, mas aqui não disponho de tamanho conteúdo para você, volte para o Orkut e seja feliz.