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domingo, 2 de janeiro de 2011

Mais um tapa na cara.




A minha vontade hoje é escrever muito, fazer um texto enorme e coerente sobre o puta fora que eu acabei de levar dela.

Eu quase consigo imaginar a minha cara no instante em que ela disse "não". Chegar diante dela e tentar demonstrar através de palavras tudo o que eu queria não foi fácil, mas foi uma cena que eu vinha imaginando por algum tempo, com a “sutil” diferença que, na minha imaginação, o final desse imbróglio era mais interessante.

(Agora são exatamente três horas da manhã e voltei da casa dela há duas horas, mais ou menos. Ainda atordoado estou, e vou mandar o texto sem revisão, desculpem eventuais erros.)

Depois de tomar vergonha na cara e atitude, liguei para ela e disse que queria ir até a casa dela para conversar um assunto com ela. Ela disse que não havia problema e que estaria me esperando, e depois de me certificar que ninguém iria aparecer lá para “atrapalhar”, tratei de tomar banho, me arrumar e ir até o encontro dela.

Chegando lá, fiquei de certa forma muito otimista em relação ao desfeche da conversa. Ela estava muito receptiva, carinhosa, muito cheirosa... enfim, sensacional.

Ela procurava o toque. Procurava minhas mãos, segurava-as um instante e logo soltava. IA ROLAR (ledo engano).

Conversamos sobre muitos assuntos e (de verdade) eu não estava com pressa de falar o “principal” com ela, até porque a conversa estava muito boa. Vez ou outra ficava aquele silêncio onde se pode ouvir os grilos e tal, e a cada silêncio constrangedor desse, eu pensava em encaixar o assunto “nós” na conversa. Sem sucesso, todavia.

Sabia que não iria sair da casa dela sem uma resposta, fui decidido a esclarecer tudo, dizer tudo. O “não” eu já tinha só de ficar em casa parado, considerando-se o fato de nada ter tentado até então. Não iria conseguir um "sim" enfiado dentro de casa.

Pedi um copo d’agua para ela sair um pouquinho de perto de mim e eu conseguir "respirar" para finalmente fazer o que lá fui fazer.

Quando ela voltou com o copo, eu bebi bem rápido, pois não queria que ela iniciasse outro assunto, fazendo com que eu desperdiçasse mais aquele intervalo silencioso que estava acontecendo toda hora.

Bebi a água, coloquei o copo no chão, no meu canto esquerdo, fiquei novamente de pé, olhei nos olhos dela e sem falar nada peguei-a pela mão direita e falei tudo. Absolutamente tudo.

Daí para começar a argumentar a meu favor foi muito fácil, e modéstia parte, me saí muito bem; melhor ao menos do que imaginei que seria. Minha cabeça estava a mil e enquanto falava “X”, minha cabeça estava pensando em “Y”, “Z” e “W”. Enquanto falava, revezava meu olhar entre seus olhos e boca; gente, EU TINHA CERTEZA DE QUE IA DAR CERTO.

Não era um clima de "já ganhou", era confiança mesmo, sabe? Segurança nas palavras.

Enquanto eu falava, ela me apertou a mão e pediu para parar por um instante. Com os olhos “estranhamente” vermelhos, ela lamentou muito e disse que NÃO.

Contou-me os motivos; contou-me estar confusa em relação ao sentimento que anda alimentando por um amigo dela, e que não sabe do que realmente se trata aquilo que ela definiu como um “sentimento estranho”. Senti uma sensação forte, senti o baque e se você quer saber, foi muito maior do que imaginei.

Argumentei em cima disso, argumentei em cima das dúvidas que estavam nítidas no olhar dela, argumentei em cima das incertezas. Argumentei sobre a única certeza que eu tinha no momento: a vontade de ter ela pra mim.

Em vão.

Por um instante, tive a leve impressão que de minha garganta estava louca para dar um nó, senti minha voz - com uma vontade muito conhecida por mim - querer embargar.

Não deu vontade de chorar por ela ter me dito “não”. Deu vontade de chorar pelas quantidades de “não” que a vida anda me dando. Deu vontade de chorar de raiva das circunstâncias e da velocidade e forma com a qual o mundo anda “regendo” fatos da minha vida.

Estou intrigado e não consigo entender porque ainda assim, ainda com o "fora", de certa forma eu mexi tanto com ela. Não foi um fora "normal", mas detesto pensar que não foi um fora normal, detesto pensar que de uma forma ou de outra, vou ficar esperando sair alguma coisa de um lugar que não vai sair nada.

Tenho 23 anos e já levei alguns foras nessa vida, sei do que estou falando; aquilo não foi um fora normal.

Por que ela ficou com os olhos “marejados”? Porque aquele abraço tão carinhoso, gostoso, apertado e com direito a beijar o cantinho da minha boca? Seria uma vontade (imperceptível, às vezes) de deixar “a porta aberta”?

Dúvidas, dúvidas, dúvidas.

Quero acreditar que não. Preciso acreditar que o não dela foi decidido e que os olhos vermelhos dela foram ocasionados pelo fato dela ter lembrado do "dito cujo" enquanto eu estava lá, dando a cara para bater (e apanhando feio).

Dúvida e esperança: o que é pior?

Depois de tudo que eu falei, comecei a cair numa redundância desgraçada, mudava as palavras para dizer as mesmas coisas. Resolvi dizer a ela que o melhor que eu podia fazer era me calar, já que estava redundante.

Na verdade eu estava muitíssimo sem graça. Auto estima? O que é isso?

Me deu vontade de ir embora, mas não sabia como fazê-lo.

A chuva me fez um belo favor, e esta usei como desculpa. De lá eu saí, entrei no carro e vim o mais lento que pude, tentando entender toda essa confusão que tá rolando até agora aqui dentro; não sei se na cabeça ou no coração. Está em mim.

O não dela mexeu mais do que eu imaginei que mexeria. De repente é como se eu tivesse perdido a única chance de me dar bem em termos de relacionamento em 2011.

Foi como ter terminado algo que não começou.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Elo



Meu Pai.

A relação com meu pai nunca foi perfeita, mas já foi boa.

Acontece que perdi isso. Nos afastamos e imaginei que isso não iria causar grandes rombos na minha vida, isso até pouco tempo atrás. Quem leu meu texto do dia dos pais imaginou que eu não tinha uma relação muito boa com o velho.

Paguei pelo orgulho. Continuo achando que nunca tive culpa nenhuma nesse afastamento, mas esqueci o orgulho e tive uma conversa (como nunca antes) com meu pai.

Sinto falta da figura do pai que protege, que aconselha e até que cobra um desempenho melhor que o apresentado. Por incrível que pareça há muitos anos não tenho um pai assim e essa conversa foi para tentar mudar isso.

Quero esse pai pra mim. Quero dar uma nova chance para nós dois. Quero e preciso.

Meu pai é o elo perdido nesse tempo e acredito que o fiz entender isso.

Achei o elo, e um DVD que encontrei de uma viagem que fiz é o principal responsável.

Falei inúmeras vezes dele nas filmagens e isso serviu para mostrar para mim mesmo a importância, o carinho e o respeito que tinha por ele. Ele se perdeu no tempo junto com o DVD. Recuperei ambos.

Com a diferença de, no caso do Elo, não depender de mim sua reconstrução.

A minha parte eu fiz.

Agora e mais do que nunca, sei da importância que meu pai tem pra mim.

E ele também sabe.

(In)feliz ano velho



2011

O que posso esperar?

Esse ano foi muito complicado pra mim. Sem dúvidas o pior de todos que vivi.

Estresse na faculdade, no trabalho, na família; tudo que consegui esse ano (e não foi muita coisa) foi através de uma luta atípica.

As conquistas são mais valorizadas dessa forma, é verdade, mas como disse, não foram grandes conquistas; mais defendi meu espaço do que ganhei algum.

Senti mais do que nos anos anteriores a falta de alguém do meu lado, talvez até pelas dificuldades já expostas. Foram dias e dias vendo casais nas ruas e me sentindo quase que provocado por aquela felicidade nos sorrisos dos namorados. Não é difícil entender quando se está sozinho.

Como relatado há dois textos atrás, e implícito nas linhas daquele, direcionei meus olhos para uma pessoa, as coisas ficam menos complicadas dessa forma. Não adianta você buscar um relacionamento sem saber o que está buscando.

Vamos aguardar o desenrolar desse imbróglio.

No trabalho pude presenciar cenas de corrupção, e de um Judiciário que foi sucateado por interesses obscuros do Governo Lula. É complicado para um estudante, que tem a visão utópica de justiça, lidar com o dia-a-dia do judiciário, onde até para buscar um café, neguinho espera algo em troca.

É triste porque na verdade, todo estudante que entrou decididamente em seu curso, na universidade, é apaixonado pela profissão e isso cega um pouquinho a gente; o acordar é doloroso e “broxante”.

Não nego, porém, o importante passo que dei profissionalmente dentro do escritório que trabalho, assumi um posto importante e que não esperava assumir tão cedo. Triste é que foi preciso morrer um amigo para que isso fosse possível, mas é a vida.

Agradeço a confiança depositada em mim, e venho conseguindo levar sem turbulências essa nova empreitada.

Chega 2011 e ainda que seja apenas uma virada no relógio, não tem como, psicologicamente falando, você não sentir suas esperanças renovadas.

Eu sinceramente espero (e estou trabalhando para isso) que não tenha de lutar tanto, que as lutas não sejam tão cansativas, e que eu possa dividi-las com alguém, com Ela.

Nada é tão complicado quando se tem dois ombros para encostar a cabeça, dois braços para receber um abraço e um par de pernas disposto a caminhar um pouquinho com você.

Como pessoa, decidi melhorar, o texto anterior mostra bem como determinei a mudança. Nem tudo acontece como planejado, sei bem disso, mas se não sair como desejo, que eu passe perto ao menos.

Eu realmente espero muita coisa boa de 2011.

Até como forma de coroar todo o trabalho, luta e estresse de 2010.

Sei mais do que ninguém que mereço isso.